terça-feira, 18 de agosto de 2009

Executando uma das ações do projeto "Edu Comunicação" a aluna Greice Kelly entrevista Padre Almir, pároco de Itabaiana



CULTURA

Cumprindo uma das ações do projeto Edu Comunicação, alunos da Escola Municipal Vice-Governador Benedito Figueiredo localizada na cidade de Itabaiana, região do agreste sergipano, entrevistaram padre Almir, pároco da igreja de Santo Antônio e Almas de Itabaiana , sobre a tradicional festa do padroeiro da cidade para saber do religioso como a igreja tem lidado com as tranformações que o evento tem sofrido ao longo dos anos pela mistura entre as comemorações sagradas e profanas.
Como todos sabemo, o que antes era um evento exclusivamente religioso , hoje , se vê associado a ele, festas profanas como shows de artistas nacionais, caminhões da famosa trezena dos caminhoneiros tocando música que nada têm a ver com religião , além de trazerem pessoas bebendo em bares improvisados em suas carrocerias.


Alunos - Como a igreja católica encara essa mistura de sagrado e profano nas comemorações do padroeiro de Itabaiana?

Padre Almir – As comemorações profanas logo após as celebrações religiosas foram sendo implantadas ao longo dos anos e nada têm a ver com a igreja , porém proibir que seus organizadores façam essa associação entre o sagrado e o profano é muito complicado, visto que já viraram tradição na cidade e mexer com tradição de um povo é muito complicado ; essa dissociação entre os eventos poderia causar nos fiéis a falsa impressão de que a festa estaria sendo desprestigiada, diminuída.

Alunos - Como o senhor responderia às pessoas que afirmam que a festa de Santo Antônio deixou de ser uma festa religiosa para se transformar em profana?

Padre Almir – Que é uma inverdade, a festa de Santo Antônio é um evento religioso , e que as festas paralelas são colocadas só por um tempo como, por exemplo , a tradicional festa dos caminhoneiros que é patrocinada por caminhoneiros e donos de caminhões com o objetivo de receberem as bênçãos do Santo e o resto de profano é fora do controle da igreja que não tem como proibir suas realizações e os excessos cometidos pelos participantes da festa caminhoneiros a igreja não tem como coibir porque não tem poder de polícia. A festa de Santo Antônio continua religiosa, mas o profano caminha paralelo, fora da igreja.


Alunos - Para a realização desses eventos profanos associados à comemorações religiosas faz-se necessário o consentimento da igreja ?

Padre Almir - Olha, não se faz necessário porque o regime do Brasil não é teocrático e sendo assim o padre não tem poder para proibir a associação de eventos profanos aos religiosos.

Alunos - O envolvimento de políticos na organização da festa não dá conotação política ao evento?

Padre Almir - A questão é complicada porque na realidade o político representa o povo e aqui em Itabaiana a população é muito apaixonada pela política dividindo-se em duas partes fortíssimas , cada uma dessas partes tem fiéis da igreja e sendo assim o padre não pode excluir nada , nem ninguém porque correria o risco de afastar os fiéis da igreja . O problema é que as pessoas costumam achar que o religioso está tomando partido de um político só por aceitar a colaboração do mesmo em um evento, não entendem que a igreja precisa da colaboração dessas pessoas para a realização dos eventos mas tem consciência de que deve obedecer a um limite de envolvimento; tem-se que ter cuidado para não deixar que as forças políticas se apossem dos eventos que são de responsabilidade exclusiva da igreja. Lidar com isso é um momento chato mas recusar essa ajuda o povo não aceita .

Alunos – Festa de Santo Antônio, sagrada ou profana?

Padre Almir – Sagrada

Um comentário:

  1. Inez,vc e seus alunos estão de PARABÉNSSSSSSSSSSS
    q bom seria se tdas as escolas tivessem docentes como vc.bjãoooooooooo p tdos q fazem parte do BENEDITO.Adriana Barreto

    ResponderExcluir